O hospital do futuro: rentável e seguro para o paciente

Especialista mostra as vantagens da aplicação de um modelo de TI para sistemas de saúde

12 Dez, 2016

O médico Cláudio Giulliano Alves da Costa, diretor da Folks Consultoria e Treinamento em Informática da Saúde, ministrou palestra durante o Connect Day, em São Paulo (SP), sobre as soluções e metodologias disponíveis para realizar upgrade em hospitais. Cláudio Costa é mestre em Informática em Saúde pela Unicamp e certificado em gestão de sistemas de informação em saúde pela HIMSS (Healthcare Information and Management Systems Society).

Como a tecnologia da informação pode transformar o hospital de forma que ele seja mais eficiente, rentável, inclusivo e seguro para o paciente? 

“Vários estudos mostram que ter simplesmente um prontuário básico instalado não traz todos os resultados de que se precisa, principalmente a segurança do paciente. É preciso avançar no que nós chamamos de sofisticação funcional, que é fazer com que as características mais avançadas em uma solução possam de fato ser colocadas em prática. O modelo da HIMSS, que tem ajudado internacionalmente os hospitais a seguir este caminho, não é  trivial, custa caro e é complexo. Assim, precisamos de um manual, de uma referência para a aplicação. O último modelo da HIMSS propõe colocar a medicina personalizada na prática”, explicou o médico.

O dr. Cláudio Costa apresentou modelos de acreditação hospitalar oferecidos pela HIMSS, destacando o que trata do centro de diagnóstico por imagem, lançado no evento da instituição realizado este ano nos Estados Unidos.  “Este modelo permite fazer inclusive análises preventivas prescritivas, ver como vai ser o futuro e alterar o presente, inclusive com um link para medicina personalizada. Um outro modelo é aquele que conecta diferentes instituições de saúde, ou seja, verifica o engajamento do paciente e mostra como a tecnologia da informação pode ajudar a engajar o paciente, a fim de que a assistência à saúde seja cada vez melhor”, ressaltou.

No modelo apresentado pelo dr. Cláudio Costa, as bases fundamentais são o ambulatório, a radiologia e a farmácia. A efermagem utiliza o prontuário eletrônico, e em um dos estágios está disponível um PACS com as modalidades básicas. Outro destaque do modelo é o chamado circuito fechado na administração de medicamentos. Cada um dos estágios de funcionamento do sistema insere mais facilidades à gestão do hospital. 

“Defendo que deveríamos nos tornar um hospital estágio 7. Usar um modelo de maturidade, qualquer que seja, permite que a gente aprenda com outras experiências. O hospital precisa definir qual o caminho adotar com essas tecnologias. O hospital se move para chegar mais longe com o prontuário digital e o trabalho colaborativo. A certificação precisa acontecer. O projeto de TI assim consegue ser colocado em produção com eficiência e fazendo a diferença”, salientou o médico. 

O modelo da HIMSS mostra benefícios a exemplo de ganhos em uma atuação ética e a melhora na performance clínica, com menores taxas de mortalidade, porque a tecnologia de informação aumenta a segurança na detecção precoce de doenças.

“Pesquisas feitas pelo OMC, que é o escritório Nacional da TI em Saúde nos Estados Unidos, mostram relatos dos próprios médicos sobre a contribuição positiva da tecnologia da informação na segurança do paciente. Estudos revelam que o apoio à decisão clínica é a principal contribuição da tecnologia, que pode trazer um desfecho clínico melhor, com taxa de mortalidade e morbidade menores, e assim por diante”, destacou o dr. Cláudio Costa.

 

Upgrade do hospital

Os benefícios do uso do prontuário eletrônico são observados em vários tipos de protocolos clínicos, a exemplo da trombose venosa profunda, AVC, pneumonia, com maior segurança contra erros na aplicação de medicação. 

“O impacto no uso do prontuário eletrônico nos estágios superiores da escala da HIMSS inclui a redução da espera do paciente pelo atendimento, dos custos do hospital, dos custos com impressão em papel. Nós catalogamos 175 requisitos de aplicação do modelo da HIMSS para verificar se o hospital está realmente realizando as melhores práticas”, salientou o especialista. 

O dr. Cláudio Costa explicou que a ideia de montar o programa Upgrade de Hospital surgiu a fim de ajudar as instituições que utilizam os modelos de gestão a avançar nos estágios de aplicação. Trata-se de um incentivo para a melhoria dos resultados. Ele ressaltou a parceria entre a Folks, a HIMSS e a Philips por meio da solução Tasy para a gestão de prestadores de serviços em saúde. Trata-se de uma plataforma integrada e flexível, podendo ser configurada de acordo com as características e particularidades de cada realidade de negócio, sejam hospitais, clínicas, laboratórios, postos de saúde, bancos de sangue, ambulatórios. 

“Avaliamos 28 hospitais no Brasil segundo o modelo da HIMSS com o Tasy e oito deles  alcançaram o estágio 6, um número muito expressivo, um progresso singular no mundo. Isto tem a ver com esta parceria. O primeiro hospital a entrar na comunidade Tasy foi o Sírio-Libanês, depois vieram os demais.É uma referência, uma certificação que faz sentido para o hospital. A ideia é aumentar esta base para que  mais hospitais sigam este modelo internacional e usufruam da tecnologia da informação”, concluiu.

 

O médico Cláudio Giulliano Alves da Costa   Foto: Divulgação

 

O que faz a HIMSS

A Healthcare Information and Management Systems Society é uma associação internacional com o objetivo principal de estimular o uso da tecnologia da informação pelo setor da saúde. Foi fundada na década de 1960 em Chicago (EUA) e hoje possui atividades em todo o mundo, inclusive no Brasil. 

Com base nos requisitos dos provedores de saúde, hospitais, governos, fornecedores de software e consultores, a HIMSS Analytics oferece serviços de consultoria na área da digitalização dos cuidados de saúde. Criou o Modelo Adoção do Registo Médico Eletrônico (EMRAM), composto por oito estágios que permitem aos hospitais acompanharem o seu progresso em direção a um ambiente totalmente digital. 

 

Revolução digital em 8 estágios

Modelo Adoção do Registro Médico Eletrônico (EMRAM), da HIMSS, é a implantação progressiva de tecnologias que suportam o processo assistencial, em oito estágios evolutivos e com requisitos específicos que os hospitais devem atender. Basicamente, um hospital estágio 0 não possui nenhum tipo de sistema ou tecnologia que dê apoio à assistência ao paciente, enquanto uma instituição estágio 7 é um hospital digital, com intenso e amplo uso de tecnologias.

Estágio 0 – Os três sistemas clínico-departamentais (LIS – laboratório, RIS – radiologia e PHIS – farmácia) não instalados ou não integrados.

Estágio 1 – Sistemas para laboratório, radiologia e farmácia instalados e integrados ou resultados de exames disponibilizados on-line a partir de prestadores de serviços externos.

Estágio 2 – Repositório de dados clínicos (CDR) instalado e centralizado. Pode ter um Vocabulário Médico Controlado (CMV), um sistema de apoio à decisão clínica para checagem básica de interações e capacidade de intercâmbio de informação clínica-assistencial.

Estágio 3 – Documentação de enfermagem, inclusive com a checagem de enfermagem, registrada no sistema. Sistema de apoio à decisão clínica (CDSS) para verificação de erros durante a prescrição e solicitação de exames. PACS disponível fora da Radiologia.

Estágio 4 – Sistema de prescrição e solicitação de exames e procedimentos (CPOE) instalado em pelo menos uma área assistencial. Sistema de apoio à decisão clínica baseado em protocolos clínicos.

Estágio 5 – PACS com as principais modalidades de diagnósticos, com possibilidade de eliminação do filme (filmless).

Estágio 6 – Circuito fechado da administração de medicamentos, inclusive com checagem à beira do leito. Interação da documentação médica com sistemas de apoio à decisão clínica (modelos estruturados e alertas de variância e conformidade).

Estágio 7 – Modelo de Adoção do Prontuário Eletrônico do Paciente completo em pleno uso por todos os setores do hospital. Data Warehousing alimentando relatórios com resultados clínico-assistenciais, qualidade e Business Intelligence (BI). Dados clínicos disponíveis entre todos os setores: emergência, internação, UTI, ambulatório e centro cirúrgico.

 

O Connect Day

Para compartilhar inovações na área da saúde, promover o conhecimento sobre tecnologias que suportam o negócio hospitalar, além de conectar instituições desse setor em todo o país, foi realizado em São Paulo (SP) o Philips Connect Day. Durante o encontro, as palestras trataram de temas como experiência do usuário e mobilidade, sistema de apoio à decisão clínica, gestão da tecnologia da informação, inovações em hospitais e medicina preventiva. 

 

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