US e microbolhas no tratamento do infarto agudo

30 Mar, 2016

Um projeto de pesquisa do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor)  para o tratamento do infarto pode revolucionar e agilizar condutas nos serviços de emergência. A técnica consiste na aplicação de ultrassom para criar microexplosões que desobstruem as artérias. 



Os estudos, que têm à frente o Prof. Wilson Mathias Jr., diretor do Serviço de Ecocardiografia do InCor, tem obtido bons resultados na análise da Sonotrombólise – técnica que emprega o ultrassom, associado à aplicação endovenosa de contraste por microbolhas, no tratamento do infarto agudo do miocárdio e de outras síndromes trombóticas. 



O procedimento requer a aplicação de ultrassom sobre o coração do paciente, na área do infarto, porém sem a finalidade de gerar imagens: quando as microbolhas injetadas na corrente sanguínea entram no campo do ultrassom, elas vibram e se rompem, formando microexplosões na região do coágulo que causam a desobstrução mecânica da artéria. 



 

Sem efeitos colaterais


Segundo o Prof. Wilson, a técnica não apresenta efeitos colaterais e tem aplicação simples. “Estamos falando de uma tecnologia que, se for comprovadamente eficaz, como temos percebido, deverá estar disponível para a população em cinco a dez anos, com uma grande vantagem: será possível tratar essas síndromes trombóticas na sala de emergência, com equipamentos de fácil manuseio”. 



Nos estudos realizados no InCor, são usados equipamentos convencionais de ultrassonografia, mas futuramente a técnica poderá ser aplicada por meio de aparelhos específicos, de operação ainda mais simples. “Quando essa tecnologia estiver plenamente desenvolvida, não será preciso usar um equipamento de imagem, mas apenas uma fonte emissora de ultrassom. É um tratamento que poderia ser feito no pronto-socorro, simplesmente colocando um transdutor ou um eletrodo grande sobre o tórax do paciente, acionando a fonte de ultrassom e injetando de forma endovenosa as microbolhas”, explica o Professor. 



 

Índices de eficácia próximo a 70%


Segundo o Professor, no estudo-piloto realizado no InCor, a técnica apresentou um índice de eficácia próximo a 70% na desobstrução das artérias, “sem o uso de medicamentos fibrinolíticos”, ressalta. Ou seja, esse índice foi observado em pacientes que não haviam recebido ainda nenhum medicamento para desbloquear os vasos. 

O professor destaca, também,  que a eficácia e a simplicidade que esse tratamento tem mostrado poderão representar um grande benefício para o tratamento do infarto, em especial no Brasil, onde muitos pacientes ainda não têm acesso à infraestrutura hospitalar necessária para um atendimento rápido e adequado. 



 

Desobstruindo as artérias rapidamente


Com a técnica da Sonotrombólise, o Dr. Wilson acredita que muitos desses pacientes possam ter suas artérias desobstruídas rapidamente já no primeiro atendimento de emergência, sendo então encaminhados com tranquilidade para um hospital de referência, onde receberão o tratamento complementar para as outras complicações de sua doença.

O Professor estima que hoje, no Brasil, somente 30% dos pacientes que sofrem infarto agudo do miocárdio tenham acesso ao tratamento tido como ideal para seus casos, enquanto 70% recebem apenas o tratamento “clássico”, que é simplesmente cuidar das complicações que advêm do infarto.

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