IA: ameaça ou oportunidade?
Não poderia ser diferente: a inteligência artificial foi tema de discussão em todo a JPR 2024. Confira algumas declarações de especialistas no decorrer dos quatro dias do evento:
“A tecnologia tem avançado, mas não existe nada que tenha superado a nossa capacidade diagnóstica. Ela auxilia em alguma dúvida, mas não vai acabar com a área.”
Dra. Cibele Carvalho, presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR)
“Antes a pressão da área era a precisão; agora, além da precisão, é volumetria, temos que fazer muito mais diagnósticos pela falta de profissionais. A inteligência artificial vem para agregar, e auxiliar em outras funções.”
Marina Silva Magalhães Viana, diretora executiva Brasil na GE HealthCare
“O nosso papel não é aprender a treinar ou programar, mas precisamos entender como essas ferramentas funcionam, suas falhas e eficácias e atuar na cocriação com a indústria.”
“Ainda estamos na infância da IA. Veremos avanços e melhorias na nossa especialidade.”
Dr. Felipe Campos Kitamura, diretor médico na Bunkerhill Health e diretor de tecnologias da Sociedade Paulista de Radiologia
“A inteligência artificial tem aplicações que a gente nunca havia pensado antes, como o aumento da qualidade do laudo e a detecção de problemas dentro do laudo para que sejam corrigidos a tempo.”
A IA reduz o tempo de radiologistas na elaboração de laudos. “Dessa forma, ao reduzir o tempo de uma ressonância, por exemplo, abrimos as portas para que mais pacientes possam ser atendidos pelos radiologistas.”
Dr. Luciano Prevedello, chefe da Divisão de Informática em Imagem Médica da Ohio State University Wexner Medical Center
“A ideia é utilizar uma ferramenta de inteligência artificial que consiga ler o prontuário e trazer um resumo. Imagina o quanto facilitaria para o radiologista receber um resumo do prontuário de um paciente [especialmente quando esse prontuário tem muitas páginas] antes de fazer o laudo?”
Dr. Fabricio Machado, radiologista do Instituto Prevent Senior
“Precisamos mudar paradigmas e entender que o pensamento de que as máquinas vieram para substituir os humanos deve ser alterado para as máquinas vieram para ampliar o trabalho para os humanos.”
Dr. Guillermo Elizondo Riojas, do Hospital Universitário e diretor de pesquisa da Universidad Autonoma de Nuevo Leon, em Monterrey (México); coordenador do Comitê de Educação da Federação Mexicana de Radiologia e presidente do Comitê Internacional de Educação em Radiologia da RSNA.
“Não podemos consumir a inteligência artificial [referindo-se ao ChatGPT] como se fosse o rei ou a rainha. Primeiro você precisa ser especialista e temos que utilizar como uma ferramenta que vai ajudar.”
Dr. George Shih, professor de Radiologia Clínica do Weill Cornell Medical College, nos Estados Unidos
“As populações minoritárias são pouco representadas e não sei se elas serão. São pessoas que não têm acesso à saúde, então, sempre estão sub-representadas nos bancos de dados. Esse tipo de viés, não sei como vamos resolver e nem sei se vamos resolver um dia.”
Dr. Felipe Barjud Pereira do Nascimento, neurorradiologista do Hospital Albert Einsten e coordenador do Grupo de Estudos de Imagem do grupo
Mas não dá para ignorar o avanço da IA na radiologia. “No ano passado, 75% dos algoritmos aprovados pela FDA eram de diagnóstico de imagem.”
Dr. Giovanni Cerri, professor titular de Radiologia da FMUSP, presidente dos conselhos do Instituto de Radiologia e de Inovação do HCFMUSP e do Instituto Coalizão Saúde (ICOS)
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