Estudo mostra relevância do diagnóstico do câncer de mama antes dos 50 anos

Os dados reforçam a importância da mamografia e estimulam a discussão sobre a idade mínima ideal para a realização do exame

10 Out, 2016

Um levantamento realizado no Hospital A.C. Camargo Cancer Center, com pacientes atendidas no período de 2000 a 2011, mostrou que quase a metade delas recebeu o diagnóstico da doença antes dos 50 anos.

Na amostra com 4.527 pacientes, todas fizeram o tratamento completo no A.C. Camargo e foram acompanhadas por, pelo menos, cinco anos. Do total, 11,4% descobriram o tumor até os 39 anos e 28,7%, entre 40 e 49 anos. Ou seja, 40% das mulheres receberam o diagnóstico antes dos 50 anos, idade a partir da qual o Ministério da Saúde recomenda a realização da mamografia para o rastreamento da doença.

“Este levantamento utilizou dados do registro de câncer em pacientes do hospital, casos de óbito ou sobrevida, para saber o que houve com elas. Não podemos dizer que os números desta pesquisa representam a situação do Brasil, mesmo porque são dados de um centro de referência no tratamento, mas o resultado propõe uma análise crítica da situação e sobre a idade mínima para a realização da mamografia. É preciso pensar em soluções para a prevenção e o diagnóstico da doença no país”, explicou Fabiana Baroni Makdissi, cirurgiã oncologista e diretora de Mastologia do A.C. Camargo, em entrevista ao jornal Interação Diagnóstica.

A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a mamografia a partir dos 40 anos. O Ministério da Saúde, por sua vez, segue orientação da OMS de que a mamografia para fins de rastreamento aconteça entre 50 e 69 anos, sobretudo por haver maior evidência científica de impacto na mortalidade nesta faixa etária.

“Não podemos dizer que o câncer de mama aumentou entre as jovens. No levantamento do A.C. Camargo, a incidência da doença entre pacientes com menos de 40 anos era de cerca de 17%, hoje é de 11%. É preciso reconhecer que a mamografia é muito importante. Sobre rever a idade mínima para o exame, eu diria que os números do nosso levantamento mostram que é preciso realizar mais pesquisas a fim de obter informações conclusivas e analisar grupos diferentes de pacientes”, pontuou Fabiana Makdissi.

 

Carência de pesquisas em larga escala

A pesquisa do A.C. Camargo não levantou por que meios a doença foi descoberta, se por mamografia ou exame físico, por exemplo. Mas há dados que reforçam a importância do diagnóstico precoce. Do total das mulheres que descobriram a doença no estágio 1, o inicial, 96,1% estavam vivas após cinco anos. No estágio 2, o percentual foi de 89,2%, e de 71,6% no estágio 3. Já nos casos de desenvolvimento mais avançado da doença, a sobrevida caiu para 30,3%.

No Brasil, faltam estudos em larga escala que possam mapear as pacientes e descobrir o percentual das mulheres que fazem exames regulares. Um levantamento abrangente poderia revelar também qual o percentual de contribuição de cada método (mamografia, exame físico etc) no diagnóstico do câncer de mama.

“Nos Estados Unidos, pelo menos 76% das mulheres fazem o rastreamento. No Brasil, muitas ainda não têm informação sobre a importância da prevenção. Por isso as campanhas são tão importantes. Ainda estamos combatendo a desinformação”, defendeu a especialista.

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